Apesar do desempenho modesto nas intenções de voto, Ronaldo Caiado adota uma postura que revela mais estratégia do que preocupação. O governador de Goiás, que marcou entre 3% e 4% nos cenários de primeiro turno, interpreta o resultado da pesquisa Genial/Quaest como um ponto de partida, e não um obstáculo. A disposição em lançar sua pré-candidatura já em março sugere que Caiado enxerga espaço para crescer, apostando na construção de uma narrativa nacional e em uma agenda que o tire da condição de “nome regional” para uma figura de alcance mais amplo.
Curiosamente, enquanto outros possíveis candidatos como Tarcísio de Freitas e Eduardo Bolsonaro aparecem mais bem posicionados, Caiado parece confiar em um diferencial: seu perfil de político experiente, conciliador e com forte base no centro-oeste, uma região que tem ganhado peso eleitoral. O fato de ele alcançar 26% em um eventual segundo turno contra Lula, embora distante da vitória, indica um potencial de transferência de votos da direita em um cenário polarizado.
A questão central é se Caiado conseguirá transformar esse “ânimo” em capilaridade nacional. O desafio é grande, mas sua leitura otimista dos números revela um político que entende que, em eleições presidenciais, o jogo é de resistência e construção, não de arrancada inicial.
Comentário político: ISAC RODSON